terça-feira, 18 de novembro de 2008

Luas em Mi(m)

Quero ser eu...
Quero ser todas, quero ser Artemis, Perséfone e Hécate com sua matilha de cães malditos.
Quero ser a lua cheia , quero ser minguante, crescente e nova,
quero ser a lua negra, a lua mãe com sua sabedoria secular a atormentar os humanos.
Quero ser eu em fases imcompreensíveis e em frases soltas ao vento, ser a imensidão do mundo e do cosmos.
Quero ser uma incógnita amanhã se hoje você descobrir meus segredos,
ser seus desejos e seus medos,

quero seu amor, seu ódio, ser seu veneno, seu ópio.
Quero ter em mim todas as mulheres, todas as luas,
ser todas as mães, filhas, santas e putas,
quero ser a que você procura e não acha nunca,
quero ser única, ser todas e não ser nenhuma.


MIRIAM CASTILHO.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Tempestades.

Sempre adorei as tormentas com ventos fortes e cheiro de terra vindo de algum lugar distante, sempre sai na varanda nestas horas para farejar no ar esse cheiro e sentir no corpo a força do vento, deixando que ele levasse para longe meus medos e que a chuva lavasse minha alma, mas agora estou no meio de uma tempestade que está demorando muito a passar.
Já não tenho a mesma coragem para enfrentar as intempéries da vida, e sou eu que me revolto...
Faço coisas doidas, tomo atitudes estranhas, erro propositadamente, e pior, não me arrependo.
Acho que cansei de fazer tudo certo, ou pelo menos tentei, mas isso de nada valeu, minha vida descambou, meu coração se partiu, sinto-me sozinha, sozinha e má, porque minha piedade parece estar voltada para mim mesma.
Eu queria mesmo era esmagar o mundo nas mãos com as pessoas nele gritando de dor por cada osso quebrado, ver o sangue da humanidade escorrendo entre meus dedos, gargalhando e me vingando do mundo!


MIRIAM CASTILHO.

domingo, 5 de outubro de 2008

Acordando para a vida




Alguém ou alguma coisa tentava tirar-me do meu torpor.

Desde o momento que senti meu mundo desabar, logo depois daquela dor no peito, estava assim...
A sensação não era de todo ruim, apesar de não poder me mover também não sentia dor, nada, nem aquela amarga tristeza que me cortava de dentro para fora todos os dias gladiando-se contra a filha-da-puta da esperança que teimava em resistir.
Esperança de tê-lo de volta...
Lutavam os dois sentimentos lá dentro do peito, anjo versus demônio, um a soprar sonhos e a me entupir de falsas promessas, o outro a lembrar-me a todo momento que eu já havia perdido a batalha há muito tempo.
Percebi que neste instante não era nem um nem outro que insistia em me incomodar, acho que enfim tinham desistido de suas picuinhas pessoais e me deixado em paz!
Em paz? Apesar de não sentir nenhuma dor física "aquilo" estava ali, me pegando, me chacoalhando irritantemente.
Podia sentir seus dedos compridos e gélidos nos meus ombros e ouvir sua voz cortante ecoando nos meus tímpanos.
- Acorde! Abra os olhos, vamos!
Engraçado, todos diziam que eu estava jogando minha vida fora, me destruindo a cada dia, e agora havia alguém ali querendo me animar? Que mundo é esse?
Não queria, mas não queria mesmo olhar de frente aquela criatura chata e impertinente, mas era impossível escapar dela.
Comecei a achar que conhecia aquele cheiro, que já tinha sentido aquela presença sombria.
-Vamos, vim te buscar, acorde!
De repente despertei, a criatura não era feia, tinha a face tranquila apesar de fria como mármore, e parecia irritada com minha lerdeza.
Obsevando melhor, reconheci a criatura.
Finalmente percebi o óbvio.

Acordei para descobrir que já estava morta...


MIRIAM CASTILHO

segunda-feira, 14 de julho de 2008

THE END

Porque algumas coisas nunca se tornam menores?
As dores, mesmo quando conhecidas doem do mesmo jeito?
Correndo por esta estrada, ainda me lembro bem do teu rosto.
Mesmo com as lágrimas embaçando minha visão, na minha memória só você permanece.
Cada curva em que o vento bate no minha face,
é como se fosse a última do meu caminho.
Só você navega em meus pensamentos,
e minha alma implora por você.
O rock bate forte e ecoa em meus ouvidos,
mas assim como você vai ficando para trás,
a velocidade faz com que tudo se perca no caminho.
O som parece aumentar mais e mais
e de repente você se foi das lembranças também.
Para que lembrar se você me esqueceu?
Tudo começa a ficar estranho, rápido demais
O pedal do acelerador já chegou ao fim,
mas continuo como se pudesse fugir de mim mesma
e do que não quero mais sentir.
Sei que posso voar além disso
Sei que posso atravessar os portões do inferno
Onde tudo será apenas o vazio
O vazio em que tudo se tornou
cada vez que você me deixou
Amanhã estarei lá,pagando pelo pecado de te amar
Amanhã será para nunca mais, porque já não tenho salvação.
Uma curva sinuosa, um salto no espaço.
Explosão.
Que não sobre nada de mim, nem de nós dois neste mundo.

MIRIAM CASTILHO

Um Mundo Perfeito.

Um mundo perfeito
é onde você está comigo.
Seja onde for,
praias, matas, montanhas.
cheiro de mato ou maresia
poluição, poeira ou terra molhada.
O dia perfeito é aquele que passo com você
A noite perfeita são todas em que sou sua.
A vida perfeita é a que tenho ao seu lado.
Amigos não são importantes porque tenho você.
Lugares não fazem diferença se não tenho você.
Qualquer música fica ruim se sinto falta de você.
O mundo perfeito é o mundo de nós dois,
seja de carro, seja na caminhada,
comendo um banquete ou nada.
Seja ouvindo rock ou até funk,
O importante é:
Ter você
Ver você
Viver você
Ser para você.
Pois neste mundo imperfeito
minha perfeição
É Você.

Miriam Castilho.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Ainda sonho com o amor perfeito
apesar das decepções sofridas
Amo ainda
apesar da imperfeição deste amor
que dedico-lhe, puro e intenso
Pois é puro na beleza,
e erra na certeza
de que me faz feliz.
Desculpo, perdoo e de novo aceito
Porque amar doí,
mas ser amada por você cura.

MIRIAM CASTILHO.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Morrerei beijando sua boca fria,
abraçando o cacho perdido do seu corpo,
e buscando a luz dos teus olhos fechados.

E assim quando a terra receber nosso abraço
iremos confundidos numa única morte
a viver para sempre de um beijo a eternidade.

Pablo Neruda.

segunda-feira, 9 de junho de 2008



Beijos sabor arsênico...


Coração dilacerado

de ritmo atropelado

pois já cansou de bater

Coração cansado

bate quando sente,

mas não sente quando bate

por quem deveria esquecer.

Bobeira, pois a química

do amor, já foi provado,

acontece no cérebro,

não no coração.

Então porque o meu não obedece

e apesar da cabeça pensante

continua ignorante

e não para de doer?


MIRIAM CASTILHO

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Hoje queria falar de coisas belas,
mas acordei sentindo o peso do mundo em minhas costas.
Sinto aquela dorzinha no peito que dói, mas não é física, vem lá de dentro.
Aquela dorzinha própria das pessoas que são inconformadas,
que querem mudar o mundo como se isso fosse possível.
Não sei nem porque, talvez por ouvir tantos
e acabar envolvendo-me nas dores deles,
talvez pelas minhas próprias decepções
que nesta altura da vida não são poucas,
só sei que hoje o dia me parece mais escuro e lento.
Ouço o gemido do vento que bate na vidraça,
parece que chora pelos lugares que não visitou.
A orquídea que ontem exalava perfume e beleza está cabisbaixa, olha para o chão ignorando um raio de sol que teima em tocá-la.
As carpas no aquário não fazem festa entre elas,
reuniram-se ao fundo como que a confabular
sobre seus problemas, sim,
porque até elas parecem tristes hoje.
Alguém bate na construção ao lado,
não com o ritmo daqueles que amam o que fazem,
mas com a cadência triste
daqueles que já não têm esperanças.
Escuto ao longe um riso,
do outro lado da rua uma criança brinca
alheia à tudo,
ri do vira-latas que corre ao seu redor.
ANJO!!!
Todas elas, as crianças são assim,
anjos que nada sabem sobre o mundo,
pois o mundo delas é feito da mais pura inocência.
Agradeço aos céus por ter ouvido esse riso.
Agradeço também por esses anjos existirem,
e mesmo enquanto alguns crescem e são arrastados
pela maldade do mundo,
outros são enviados pequeninos para nos dar um pouco de esperança.
Estou ainda triste, mas este som aliviou um pouco minha dor.
Que sempre haja na vida de cada um de nós
um anjo por perto a sorrir.


Minha modesta homenagem ao Davi e a todas os anjos que vieram para este mundo, inclusive àqueles que partiram cedo e batendo suas inocentes asas retornaram ao paraíso.


MIRIAM CASTILHO.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A Flôr e o Vento.

O vento soprava leve
a flor branca como neve
sentiu nas folhas
o arrepio da leve brisa
O vento dissimulado
soprou delicado
enganando a flor ainda botão
A bela inocente
apaixonou-se por ele
e timida,
desabrochou lentamente
O vento lambeu suas folhas
tocou seu pistilo
e penetrou seu intimo
Ela sincera abriu-se para ele
que de brisa tornou-se vendaval
e tomou-a tão violentamente
que -la despetalar
pétalas levadas ao vento
voando para lugar algum
só o perfume restou
da flor que um dia se apaixonou.

Miriam Castilho

sábado, 12 de abril de 2008

Uma do Chaplin


Cada um tem de mim exatamente o que cativou, e cada um é responsável pelo que cativou, não suporto falsidade e mentira, a verdade pode machucar, mas é sempre mais digna. Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão. Perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve e a vida é muito para ser insignificante. Eu faço e abuso da felicidade e não desisto dos meus sonhos. O mundo está nas mãos daqueles que tem coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos.
Charles Chaplin

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A Última Noite.


Mais uma noite negra, mais uma noite sem ti.
Sombras me rondam, o silêncio me amedronta.
No silêncio ouço sua voz, um sussurro que me invade.
Cheiro de verde me vem à memória, seus olhos de mar...
Olhos que me arrastaram como água traiçoeira.
Deitada em minha alcova vejo teu rosto nos vultos.
Sinto teu cheiro, teu gosto.
A vida se esvai de mim através da dor que sinto em meu peito.
Estraçalhado, meu coração grita por um amor doente.
Sombras negras me envolvem cada vez mais,
nunca amanhece depois que você foi embora.
Toco algo frio ao meu lado.
Uma adaga inerte em meu leito depois de exercer sua função.
Agora me lembro...
Apenas segundos que parecem uma eternidade.
Toco meu seio esquerdo,pelo corte aberto o líquido viscoso escapa
lento e dolorosamente, não a dor física, que há muito foi sobrepujada pela dor da alma, mas a dor de nunca mais tornar a sentí-lo.
Embora saiba que agi certo, pois só assim poderei esquecê-lo,
neste momento a falta de esperança me causa desespero.
De repente um corpo se forma nas sombras, sinto seu toque.
Um terremoto me sacode a alma já pronta para partir.
Será mais uma alucinação? Uma materialização do meu mais profundo desejo?
Mãos gélidas agora me puxam, ouço sua voz.
Dos teus lábios saem urros de dor.
Não é ilusão, você está aqui!
-Porque demoraste meu amor? Porque deixou-me sem resposta entregue à minha sorte?
Em meio a brumas seus lábios se aproximam dos meus, sinto o gosto da morte.
Já não há tempo para nada.
-Demoraste demais meu amor...
Fraca, já não reajo mais.
-Levarei teu beijo como lembrança para os confins da eternidade.
Agora nada sinto,apenas me desdobro pelo cosmos.
Luzes dançam ao meu lado, ouço a música das esferas.
Ainda vejo como num filme meu corpo deitado inerte em meu leito, e você debruçado sobre ele.
-Adeus meu amor, chegaste tarde.
Miriam Castilho

sexta-feira, 28 de março de 2008

Joanas


Às vezes me sinto uma Joana Dark (com k mesmo), matando um dragão por dia...ops quem luta contra o dragão é São Jorge.

Gosto da história da Joana, aquela que era Darc.

Por causa de uma visão do além lutou por um ideal até a morte, na verdade lutou mesmo foi para proteger seu grande amor, Guiles de Rain, defendia-o de ataques morais e lanças que vinham em sua direção, foi ferida em batalha para que ele não fosse atingido, daria sua vida por ele!

Eu também daria minha vida....não pelo Guiles, que era um pouco mais maluco que eu. Já ergui meu escudo para defender meu grande amor, já empunhei minha espada para lutar pelo meu ideal, já fui ferida, já fui julgada quase bruxa, fui condenada e passei pertinho do calor da fogueira, cheguei aos portões do inferno, tão quente quanto a fogueira de Joana.

Talvez por isso eu me identifique com ela, só não estou afim de acabar como ela.

Pobre Joana, acabou virando churrasco e seu grande amor Guiles

pirou de vez ao perder sua amada sem nada poder fazer.

O grande Delfim da França virou no saci, preparou uma missa negra e transformou-se numa criatura da noite, mas essa já é uma outra história...
Miriam Castilho

quarta-feira, 12 de março de 2008

Beijo



Dar-te-ei o silêncio de um beijo para dizer-te tudo que sinto.



terça-feira, 11 de março de 2008

Quem poupa o lobo, sacrifica a ovelha.